Case #59 - Ansiar pelo encontro


Após um processo grupal, Trevor entrou em contacto com uma tristeza profunda. Tinha dado um exercíco ao grupo para explorar criativamente a agressão. Os participantes encaravam-se, e empurravam-se mutuamente com as mãos. A instrução era de se encontrarem com igual força, o que significava que a pessoa mais forte teria que se modular. Trevor era o mais forte no grupo. Ao fazê-lo com outro homem, tornou-se competitivo e empurrou com mais força, atirando o companheiro aos tropeções para trás. Depois disso, salientei-lhe que o meu convite era descobrir uma forma de se encontrarem, em vez de dominar o outro. Parecia triste. Reconheci que, devido à força da sua presença, ele raramente se devia sentir em encontro na sua vida. Isto ressoou em Trevor, e tocou-o profundamente. Perguntei-lhe o que sentia - raiva nos seus braços, tristeza no seu coração. Sugeri então uma experiência - pusémo-nos de pé, ele empurrava-me com as mãos, e sentia a raiva nos seus braços. Depois parava, e eu convidava-o a sentir a tristeza no seu coração, enquanto eu o abraçava. Repetimos várias vezes. Isto permitiu-lhe sentir o encontro de ambas as maneiras. À medida que o fizémos, ele chamou-me ´papa´... claramente este tema estaria relacionado com a sua relação com o pai. Não tinhamos no entanto necessidade de enveredar por aí nesta altura, uma vez que o foco estava de momento no encontro interpessoal, e na experiência total dos sentimentos. Disse: ´Tenho andado em busca de um professor há já muito tempo´. Sugeri-lhe que de facto, ele andava em busca de um encontro verdadeiro. Assim, nomeei a dinâmica de uma forma em que ele pudesse contribuir, em vez de estar dependente de mim para aportar o contacto. Abraçámo-nos. Ele levantou-me do chão. Depois levantei-o eu. Agarrou-me e girou-me umas quantas vezes. Eu fiz-lhe o mesmo. Sentiu-se muito satisfeito - o encontro pelo qual ansiava. Evidentemente, outros terapeutas talvez não fossem capazes de se encontrarem fisicamente com ele desta forma, mas seja como for, é sempre possível descobrir uma forma de nos encontrarmos - e isso é grande parte da essência da Gestalt.

 Posted by  Steve Vinay Gunther